Magia de Dezembro
Ouço, por aí, queixas generalizadas sobre a antecipação forçada do clima natalino.
Eu, ao contrário, nunca reclamei. Eu gosto.
Gosto das noites agitadas no comércio da Dona Gertrudes, do Tekinfin lotado, das pessoas com o espírito mais leve.
Gosto das confraternizações fartas, dos amigos-secretos nas firmas, do alívio nas metas corporativas.
Gosto dos pisca-piscas do comércio popular da Ademar de Barros. Gosto das crianças deslumbradas com o Papai Noel da Praça Joaquim José.
Gosto dos supermercados abarrotados de perus e panetones. Gosto de fios de ovos na ceia. Gosto da simpatia dos lixeiros em busca da tão esperada caixinha natalina.
Gosto de flanar pela Tereziano Valim e ouvir Noite Feliz ecoando das casas que ainda preservam a tradição da novena.
Gosto até da onipresença das uvas-passas nos pratos da grande mesa.
Gosto de esperar, na madrugada do dia 25, que um anjo me traga alguma boa nova. Nunca vi nem ouvi nada. Mas, ainda assim, continuo esperando.
Gosto de pensar, independentemente de crenças pessoais, na beleza da história daquela menina de quinze anos que aceitou, com uma força incomum, o anúncio de que geraria um Salvador.
Gosto de refletir sobre a fortaleza moral daquele carpinteiro que, de súbito e sem aviso prévio, foi comunicado de que sua mulher daria à luz um menino especial.
Gosto de imaginar o choro daquela criança única, na manjedoura, rompendo o silêncio da noite na imensidão do deserto.
Gosto de uma certa melancolia que paira no ar de dezembro.
Gosto da euforia ?etílica ou não? dos que celebram nos eventos de fim de ano.
Gosto de, na quietude da noite, ficar sozinho contemplando a minha árvore de Natal. De lembrar de quem já partiu: do meu pai, da minha avó Fiuca, de amigos, de familiares. Do caldo de gente querida que me moldou. De épocas felizes que sempre me revisitam em dezembro, com o cheiro de ameixas, nozes e champagne.
Nota do colunista: texto de dezembro de 2018 levemente reinterpretado. Desde 2021, sou um feliz morador da Fonte Platina em Águas da Prata. Saí da proximidade geográfica de muita coisa narrada na crônica, mas afetivamente esse estoque de afetos e lembranças nunca vai me deixar.
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Gosto das noites agitadas no comércio da Dona Gertrudes, do Tekinfin lotado, das pessoas com o espírito mais leve.
Gosto das confraternizações fartas, dos amigos-secretos nas firmas, do alívio nas metas corporativas.
Gosto dos pisca-piscas do comércio popular da Ademar de Barros. Gosto das crianças deslumbradas com o Papai Noel da Praça Joaquim José.
Gosto dos supermercados abarrotados de perus e panetones. Gosto de fios de ovos na ceia. Gosto da simpatia dos lixeiros em busca da tão esperada caixinha natalina.
Gosto de flanar pela Tereziano Valim e ouvir Noite Feliz ecoando das casas que ainda preservam a tradição da novena.
Gosto até da onipresença das uvas-passas nos pratos da grande mesa.
Gosto de esperar, na madrugada do dia 25, que um anjo me traga alguma boa nova. Nunca vi nem ouvi nada. Mas, ainda assim, continuo esperando.
Gosto de pensar, independentemente de crenças pessoais, na beleza da história daquela menina de quinze anos que aceitou, com uma força incomum, o anúncio de que geraria um Salvador.
Gosto de refletir sobre a fortaleza moral daquele carpinteiro que, de súbito e sem aviso prévio, foi comunicado de que sua mulher daria à luz um menino especial.
Gosto de imaginar o choro daquela criança única, na manjedoura, rompendo o silêncio da noite na imensidão do deserto.
Gosto de uma certa melancolia que paira no ar de dezembro.
Gosto da euforia ?etílica ou não? dos que celebram nos eventos de fim de ano.
Gosto de, na quietude da noite, ficar sozinho contemplando a minha árvore de Natal. De lembrar de quem já partiu: do meu pai, da minha avó Fiuca, de amigos, de familiares. Do caldo de gente querida que me moldou. De épocas felizes que sempre me revisitam em dezembro, com o cheiro de ameixas, nozes e champagne.
Nota do colunista: texto de dezembro de 2018 levemente reinterpretado. Desde 2021, sou um feliz morador da Fonte Platina em Águas da Prata. Saí da proximidade geográfica de muita coisa narrada na crônica, mas afetivamente esse estoque de afetos e lembranças nunca vai me deixar.
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