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P de Pizza, P de Poiano
São João da Boa Vista|cultura|23/09 08:49|1337 visualizações
Centro de São João da Boa Vista, fim de 1963. Os irmãos Roberto e Zé Rubens, depois de conhecerem Poços de Caldas e antes de voltarem ao ABC paulista, resolveram fazer uma paradinha no torrão da Beloca. A praça Coronel Joaquim José bombava, era noite de domingo. O movimento de famílias e namorados no jardim era inversamente proporcional ao de um modesto bar nas cercanias. Filhos do casal Antonio e Alzira, os rapazes gostaram da atmosfera da província e pensaram que o botequim poderia ser bom para os pais, que não se adaptaram na Grande São Paulo. Perguntaram de pronto ao dono se ele venderia o bar Jussara. Sim, poderia dar negócio. E deu! Na semana seguinte, Roberto e Zé retornam a São João na companhia do genitor para baterem o martelo. O ano de 1964 começava com o filho de italianos Antonio Poiano chegando aos Crepúsculos com o clã para deixar um legado na cena gastronômica da aldeia. Dez eram os rebentos. Além de Roberto e Zé Rubens, dona Alzira deu ao mundo Wilson, Horácio, Luiz Antonio, Décio, Helena, Neide, Odila e Vera. Até meados dos anos 1970, os Poianos tocaram o bar Jussara e o bar do Centro Recreativo. Quando saíram deste último por divergências com o presidente do clube, a irmandade se espalhou para cuidar da vida. Cada qual precisava se virar para sobreviver. Sem dúvida que o grande sucesso da ?grife? Poiano é o Tekinfin, que foi comprado dos manos Morgabel pelo Zé Rubens em 1977. Junto do brother e fiel escudeiro Luiz Antonio, Zé fez do Tekinfin uma das choperias mais famosas e frequentadas do interior paulista. A pizza de massa fina, única, e molho de tomate cru batido, marca registrada e assada do Tekinfin, remete à primeira taberna do seu Antonio, em Ribeirão Pires. A pizza dos Poianos, massa e molho, é patrimônio cultural sanjoanense. A coisa é tão forte e tradicional que em algum momento todos os filhos homens do seu Antonio fizeram pizzas e/ou estiveram atrás de balcões. Minha inspiração para estas humildes linhas veio de uma hidratada prosa com o amigo Beto Poiano, neto do patriarca Antonio. Na mesa da Master Pizzas, que desde 1994 no Perpétuo Socorro honra o suor da Poianada, Beto estimulou-me a narrar um naco da saga dos seus. Claro que uma clássica meia calabresa meia portuguesa também iluminou este escriba. Mas o que empolga mesmo é a riqueza da trajetória, a poesia do acaso, a beleza do trabalho de uma família de sangue italiano que acreditou na promessa de uma terra estranha. Os Poianos fizeram, fazem e farão, história e pizzas, sempre. *Lauro Augusto Bittencourt Borges, bancário e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista* Foto: O autor do texto, ao lado de Beto e Fátima Poiano (Master Pizzas)
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Luciano Bellucci
São João da Boa Vista
23/09 16:16

Parabéns ao Beto e Fatima, vocês são nota 1.000. Sucesso.

Abner Lacrimanti Vallim
São João da Boa Vista
24/09 09:13

Muito boa a pizza deles, parabéns ao Lauro pela reportagem!

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