O surfista que virou queijo
Com o espírito untado pela especialíssima manteiga do Montezuma, apareci nas mídias em tempos idos para aplaudir o laticínio que fica na Serra da Paulista, fonte de singulares derivados de leite de búfala.
Como a povo, na época, ficou amanteigado com a postagem, resolvi contar mais um naco da história desta empresa que, como poucas, é um orgulho sanjoanense, pela inovação e pela excelência dos produtos.
Santista de nascimento e de arquibancada, Fábio Pimentel, que já foi pegador de onda, sempre teve uma ligação afetiva com este torrão mantiqueiro e seus arredores. Sua família tinha (ainda tem) uma casa de veraneio em Águas da Prata, que ele frequentava (ainda frequenta) com religiosa assiduidade.
Em Pinhal City, apesar da esbórnia da vida universitária, ele conquistou o canudo de agrônomo. Formado, fez um périplo por variadas lidas agropecuárias. Confinamento de gado, horticultura e muitas outras ralações que necessitavam de pesado labor para render poucos tostões.
Bom de garfo, apreciador da boa mesa, nos anos 1990 ele conheceu &mdashe adorou&mdash os queijos de búfala. Na Fazenda Paineiras, adquirida pela família em 1995, o leite de algumas cabeças bufalinas e a boa mão pra cozinha da então esposa Carol proporcionaram as primeiras peças de queijo fresco, para consumo próprio e para presentear amigos.
Elogios muitos, a premência por um negócio que vingasse e o modismo das pizzas com mozzarella de búfala foram incentivos à produção em escala comercial. Em 2001, nascia o Laticínio Artesanal Montezuma, uma fabriqueta cheia de belas intenções queijeiras e com as bênçãos da natureza serrapaulística.
Com um produto aprimorado e muita teimosia, a coisa cresceu. Hoje, os Crepúsculos exportam o portfólio Montezuma para mais de trinta cidades. Fábio Pimentel, proeza!, conquistou, entre alguns chefs estrelados, a cozinha de Rogério Fasano, um dos mais exigentes restaurateurs do país.
O Montezuma, desde 2010 equipado com modernas máquinas italianas, também tem como importante clientela a comunidade judaica. Foi o laticínio de búfala pioneiro no selo kosher (só têm essa certificação as empresas que seguem rígidos preceitos israelitas no preparo de alimentos).
Fabinho Pimentel, o imparável, cidadão honorário macaúbico desde 2008, é um ex-surfista que largou a prancha para se entranhar nesta província crepuscular, fazer família, empreender e ganhar a vida. Fez tudo isso e continua fazendo os melhores queijos deste solo vulcânico.
Lauro Augusto Bittencourt Borges é bancário e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista - Instagram: @lauroborges
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Santista de nascimento e de arquibancada, Fábio Pimentel, que já foi pegador de onda, sempre teve uma ligação afetiva com este torrão mantiqueiro e seus arredores. Sua família tinha (ainda tem) uma casa de veraneio em Águas da Prata, que ele frequentava (ainda frequenta) com religiosa assiduidade.
Em Pinhal City, apesar da esbórnia da vida universitária, ele conquistou o canudo de agrônomo. Formado, fez um périplo por variadas lidas agropecuárias. Confinamento de gado, horticultura e muitas outras ralações que necessitavam de pesado labor para render poucos tostões.
Bom de garfo, apreciador da boa mesa, nos anos 1990 ele conheceu &mdashe adorou&mdash os queijos de búfala. Na Fazenda Paineiras, adquirida pela família em 1995, o leite de algumas cabeças bufalinas e a boa mão pra cozinha da então esposa Carol proporcionaram as primeiras peças de queijo fresco, para consumo próprio e para presentear amigos.
Elogios muitos, a premência por um negócio que vingasse e o modismo das pizzas com mozzarella de búfala foram incentivos à produção em escala comercial. Em 2001, nascia o Laticínio Artesanal Montezuma, uma fabriqueta cheia de belas intenções queijeiras e com as bênçãos da natureza serrapaulística.
Com um produto aprimorado e muita teimosia, a coisa cresceu. Hoje, os Crepúsculos exportam o portfólio Montezuma para mais de trinta cidades. Fábio Pimentel, proeza!, conquistou, entre alguns chefs estrelados, a cozinha de Rogério Fasano, um dos mais exigentes restaurateurs do país.
O Montezuma, desde 2010 equipado com modernas máquinas italianas, também tem como importante clientela a comunidade judaica. Foi o laticínio de búfala pioneiro no selo kosher (só têm essa certificação as empresas que seguem rígidos preceitos israelitas no preparo de alimentos).
Fabinho Pimentel, o imparável, cidadão honorário macaúbico desde 2008, é um ex-surfista que largou a prancha para se entranhar nesta província crepuscular, fazer família, empreender e ganhar a vida. Fez tudo isso e continua fazendo os melhores queijos deste solo vulcânico.
Lauro Augusto Bittencourt Borges é bancário e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista - Instagram: @lauroborges
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Roberto batista bertolucci
São João da Boa Vista
02/12 17:54
gosto do modo como vc escreve.