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Sonhos não podem morrer
Brasil|editorial|27/03 12:15|260 visualizações
Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo 
 
Às vezes me pego pensando sobre os sonhos que as pessoas têm na vida. Muitos são realizados, alguns com dificuldade, mas também é grande o número dos que acabam esquecidos, relegados a segundo plano. Quem faz isso acaba deixando sua própria vida para depois. Sonhos são o motor da vida e, como tal, devem ser sempre alimentados e seguidos. 
 
Na edição do Oscar deste ano, o grande destaque foi o filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo". Ele fala, de certa forma, sobre sonhos, mas a produção em si abarcava diversos sonhos. Um deles era o do ator Ke Huy Quan, de 51 anos. Vietnamita e ex-refugiado, ele subiu ao palco da premiação para receber a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel no longa. E emocionou: Quan revelou que passou mais de 20 anos sem atuar e já estava desesperançoso, mas insistiu em seu desejo e conseguiu conquistar a vaga na aclamada produção, que lhe rendeu o maior prêmio do cinema mundial.
 
Quan ficara famoso aos 12 anos de idade, ao participar do filme "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984) e, depois, de "Os Goonies" (1985). Nos anos 1990, no entanto, as propostas de trabalho começaram a diminuir, até cessar. Mesmo assim, ele não deixou de sonhar. 
 
A vitória de Ke Huy Quan no Oscar traz ensinamentos importantes. O mais claro é sobre a importância de ter sonhos grandes e fortes. Ora, ele poderia ter abandonado a atuação, migrado definitivamente para outra profissão que o garantisse maior estabilidade financeira. Mas o seu grande desejo era mais forte do que qualquer coisa.
 
Ele estava determinado a voltar aos filmes. E, no fim das contas, tudo tem seu tempo. Cabe entender que nem tudo acontece da maneira como imaginamos ou queremos, mas como tem que ser. Por vezes, inclusive, a aparente demora é necessária, posto que traz consigo amadurecimento e desenvolvimento. 
 
Quan deu realmente a volta por cima: de um campo de refugiados para o palco do Oscar. Uma trajetória admirável que o consagra como grande profissional e, acima de tudo, pessoa obstinada que, muito além de apenas desejar, esforça-se pela realização de seus sonhos. Ora, sonhos não existem para serem enterrados, mas para se cumprirem.
 
E quem de fato acredita ser capaz e digno de realizar seu desiderato tem em sua programação mental a certeza de que tal objetivo, um dia, irá ser alcançado. Como disse Ke Huy Quan em seu discurso de vitória: "A todos vocês, por favor, mantenham vivos os seus sonhos". 
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